Ontem o dia foi recheado, coberto e enfeitado de amor. No Facebook, Instagram, na rua e pra qualquer lugar que você olhasse. Acho bonito, sou dessas.
Teve também dor de cotovelo? Sempre. De quem até pouco tempo atrás estava amando, gritando aos 4 ventos e hoje dá indiretas e diz que prefere não amar nunca mais (ao menos até o próximo fim de semana). Desculpa se você é assim, mas acho boring.
Amor é pra ser vivido, pra ser experienciado e não reprimido. "Não nasci pra amar", "o amor não foi feito pra mim", blá blá blá e mais churumelas até encontrar alguém novamente e mergulhar de cabeça. Mas qual o problema de mergulhar de cabeça, quebrar a cara e fazer tudo outra vez? Só assim a gente aprende, só assim a gente vive o amor na sua essência.
São diversos os tipos de amor e todos os dias a gente vê um e aprende a respeitá-lo. Mas de todos, sabem qual o pior? O problemático, o resignado.
Ontem, no encontro de casais (desistimos do jantar romântico e fomos a um barzinho com dois casais de amigos), falamos desse tipo de amor e de como ele é dor, sofrimento, mágoa e tristeza. O triste desse tipo de relacionamento é quando há mais de uma pessoa envolvida e não falo do (a) amante. Falo dos filhos.
Vivi de perto um relacionamento assim (o dos meus pais) e é extremamente triste ver duas pessoas que não se amam mais dividir o mesmo teto, dividir o dia a dia, a rotina. É triste pra eles, é triste pra mim e pra minha irmã que vimos. Mas ao contrário do que vivemos (eu e minha irmã), acreditamos no amor, nos fortalecemos nele e encontramos pessoas que amamos de igual pra igual, que nos fizeram crescer.
Com o tempo meus pais fizeram suas escolhas e hoje vivem cada um como acham melhor. Ainda vejo alguns erros (mas cada um é cada um), mas vivem da maneira que melhor lhe satisfaz.
O triste é que nem todos terminam assim, como eu e minha irmã. Há quem veja traição e reage da mesma maneira. Há quem veja a mãe apanhando e baterá igual na sua esposa no futuro. Há quem aguenta de um tudo do marido (ou da esposa) só pelos filhos, mas mal sabem eles que os filhos sentem tudo, veem tudo e poderão repetir tudo quando estiverem em um relacionamento. Esse é o amor problemático, o amor resignado e, muitas vezes, o amor abusivo.
Só sair quando o outro (a) deixa ou só quando ele estiver junto, não expressar uma opinião sincera por receio, ser reprimido, ser fiscalizado, ser ignorado e outras coisas do mesmo gênero, não é amor.
Aceitar um amor problemático não é ser resignado. Aceitar um amor problemático é doença.
Amor é pra ser simples, é pra te fazer aprender e reaprender sempre.
Não quero dizer que sou a dona da razão no assunto, longe de mim. Eu e meu marido aprendemos todos os dias um com o outro. Por muitas vezes via outros relacionamentos e, por não ter algo parecido, achava que faltava algo no meu. Aprendi que amar é compreender o outro e respeitar. Aprendi a ver o melhor na gente e aproveitar. Aprendi que todos os relacionamentos são diferentes e, se sinceros, leais e claros para ambas as partes (sem ferir ninguém) são uma forma de amar.
Não sei se disse de maneira clara sobre o assunto, mas apenas pra resumir: se está bom pra você e pra ele, ótimo. Se é levado de qualquer jeito, com dor, sofrimento e diversos pesares, não está certo. Não se resigne, não sofra por um bem maior, pois ele não existe. Amar o outro é, antes de mais nada, amar você. Respeitar você.
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