Nesses meus (não tão) longos 29 anos de vida já deu
pra viver um bocado e posso dizer com toda certeza, que nunca me senti tão
plena e realizada. Queria um parâmetro de comparação, mas acho que não tem.
Comparar com adolescência não dá, porque né... Quem,
hoje em dia, em sã consciência, acha que era tudo aquilo que pensava quando adolescente? Recém-formado
é tudo farra. Ou seja.. cerveja. Clichê, mas é exatamente isso. Foi depois dos 25
anos que fui me encontrando, tudo foi se encaixando e na beirada dos 30, parece que
tudo faz sentido.
Tava lendo um texto que falava justamente sobre isso.
Sobre as libertações dos 30. A gente aprende a lidar com os problemas com mais
maturidade e encarar as chatices com menos “mimimi” (e olha que pisciano adora
um drama, adora um mimimi).
Estar acima do peso é chato, mas não é o fim do
mundo. O cabelo tá rebelde? Prende. A amiga tá chata? Ignora. Tá com roupa
demais? Desapega. A família tá reclamona? Você tenta acalmar os ânimos e se
ninguém te dá moral... bem, fazer o que né? Estuda porque gosta. Lê um livro
porque é apaixonada por leitura.
Julga menos. Aceita mais. Engole alguns sapos e tá
tudo bem. Briga e sabe reconhecer um erro. Pede desculpas. Acorda de mau humor e aprende a ficar na sua. Chora de felicidade e ri de desespero. Sonha. Planeja. Se sente
a pessoa mais feliz do mundo quando consegue realizar.
Você aprende a ouvir e a falar só o necessário. Faz a
unha porque gosta, não porque precisa. Come iogurte e coisas integrais porque
faz bem pra saúde. Mas também como uma barra inteira de chocolate pra curar a TPM. Ficar forever sedentária está fora de cogitação. Se arruma
quando quer e porque quer. Pouco importa se alguém vai te olhar torto porque tá
de All Star. Faz as coisas por você e não pelos outros.
Mas sabe, também começam as manias da idade. Sai apagando as
luzes porque fica incomodada com tudo aceso. Arruma a casa porque faz um bem
danado ver ela ajeitadinha. Tenta cuidar de planta. Não consegue. Tenta de
novo. E de novo. Ad eternum essa luta!
Gosta de receber as pessoas em casa e sair menos pra barzinho. Acorda cedo no sábado ou no domingo pra curtir mais o
dia. Vê seus pais com outros olhos. Vê sua realização pessoal e profissional
com outros olhos. E tudo o que parecia um caos quando eu tinha 17 anos, começa a
fazer sentido.
Já ouvi dizer, de mais de uma pessoa, que eu sou uma
esponja. Absorvo tudo. Tristeza, felicidades, ansiedades. Isso eu não senti
muita diferença. Continuo sendo tipo o Bob. O que tenho tentado mudar é me
afastar de quem vive num poço sem fundo, num mar de lamúria. E olha... tem sido
a melhor coisa que tenho feito por mim. Me vejo em primeiro lugar e isso não é
egoísmo algum. É amor próprio.
Se eu pudesse voltar no tempo, diria pro meu eu mais
novo ser menos afobada, menos ansiosa, menos medrosa. Porque ela vai conseguir.
Vai dar medo? Vai! Mas você vai meter a cara, vai cair e vai aprender. Vai descobrir
que aprender é o que importa.
Vai ter amigos e colegas, e algum deles você vai
querer pra sempre por perto (mesmo longe). E vão ter outros que você vai achar
que é seu amigo-irmão, mas foi só naquela época.
Que o tempo é ela quem decide, porque ele é infinito.
Porque não tem idade pra estudar, pra trabalhar, pra reconhecer e se conhecer.
Que a beleza vem com a maturidade. Vem em forma de
aceitação. De se olhar, se sentir feliz com o que vê, com o que faz. Que viver no mundo do Peter Pan deve ser chato e que ficar
mais velho é gostoso.
E se eu pudesse viajar no futuro, quero dizer pro meu
eu idoso pra não perder a fé nas pessoas, mesmo aquelas que te decepcionam. Pra
não perder a alegria em comemorar aniversários. Pra ser menos rabugenta e mais
sorrisos. Pra ser feliz, a toda hora e a todo lugar. Pra viajar muito. Conhecer novos lugares e pessoas. Pra anotar as coisas, porque a cabeça não funciona mais como antes.
Poderia falar
mais um punhado de coisa, mas acho que vou deixar isso pra outra hora. Porque tem coisa demais pra viver e aprender por agora.
E você? O que diria pro seu eu mais novo e o seu eu
mais velho?
PS: sei que tem muita gente que não gosta de Los Hermanos, mas tem uma música deles que diz justamente sobre o que dizer para o eu mais novo e o eu mais velho. Chama "O Velho e o Moço". Pra mim, ela representa tudo isso que eu escrevi. Se não vale a pena ouvir, vale a pena ler a letra. ;)
PS: sei que tem muita gente que não gosta de Los Hermanos, mas tem uma música deles que diz justamente sobre o que dizer para o eu mais novo e o eu mais velho. Chama "O Velho e o Moço". Pra mim, ela representa tudo isso que eu escrevi. Se não vale a pena ouvir, vale a pena ler a letra. ;)
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