segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Sobre a maternidade

Eu não sou mãe e não... não estou grávida. Só quero expressar algumas ideias e sentimentos sobre (mesmo sem ter nenhum conhecimento de causa). Gravidez é algo que acompanha a mulher por quase toda sua vida, mesmo sendo algo que ela não queira. Foi o meu caso por um tempo, mas não foi sempre assim.
Não tenho muito jeito com crianças, mas quando eu era mais nova eu até tinha. Lembro que no Ensino Médio uma professora tinha uma filha de uns 3 ou 4 anos (não lembro muito bem) e em uma visita à casa dela fiquei amiga de sua filha. Desde então trocávamos cartinhas. Diziam que eu realmente parecia criança quando escrevia para ela e bem, eu me sentia assim.
Nessa mesma época eu pensava em casar aos 23/24 anos e que engravidaria aos 26/27 anos. No meio do caminho mudei de ideia sobre tudo isso e cá estou: casei com 26, estou beirando os 30 e ainda não estou grávida.
Desde que me casei nunca me senti, nem me vi mãe. A não ser mãe de gato e cachorro. <3


PS: meus gatos são órfãos de pai, pois o Marcel fala que não é pai deles. É dono. ¬¬ 
PS 2: pelo menos eles têm mãe e avó. Sempre que minha mãe chega na minha casa ela fala pros meus gatos "vovó chegou!". hahahaha... Me divirto horrores com isso! 
PS 3: Marcel discorda da legenda da foto. hhahaha
E me sentia bem com a ideia de talvez não ser mãe, de parir um ser. Mas confesso que nos últimos meses tenho planejado.


Leia-se: eu quero muito, o marido já aceita a ideia, mas quanto mais ele puder adiar, ele adiará.
Antes quando via criança queria correr pro lado oposto. Interagia discretamente, mas nada de ficar eufórica quando via um bebê ou alguma amiga engravidava. Claro que ficava emocionada por elas, mas não ao ponto de querer ter um.
Acho que parte do meu medo é ser muito parecida com minha mãe. Quem a conhece sabe como ela é brava (na realidade ela já melhorou muito!) e por algumas surras e cobranças cresci com alguns traumas. Sem dúvida, minha mãe sempre fez o que pôde por mim e pela minha irmã e sou muito grata por tudo isso. Parte dos meus medos e inseguranças vêm daí, mas com certeza parte da mãezona que habita em mim, vem dela.
Hoje o meu lado mãe já floresce. Quando vejo algum bebê ou criança, já bate aquela vontadezinha e fico imaginando um mundo com um mini Marcel ou uma mini Stéphane (não, não darei nomes complicados para os filhos).



Mas antes dessa vontade aparecer, eu queria apenas fugir desse universo materno e me via apenas mãe de bicho. E pra mim bastava. Meus pais me conhecem tão bem que nunca fizeram aquela cobrança chata "e quando vem meu neto?". Ou talvez nunca fizeram porque já têm a minha sobrinha e isso bastava para eles. Na realidade, acho que foi um pouco dos dois.
Em contrapartida, a família do Marcel não é a mesma coisa. Filho mais velho, primeiro a casar. Sem netos para os pais (pai e padrasto).
PS: ao contrário do que possa parecer não é um casal homossexual. ahahha
PS 2: mas se fosse o caso, não teria problema algum!
Ou seja, toda a cobrança em cima dele. Acho que desde que saímos do casamento (brinks! Mas foi algo próximo a isso) algum dos dois começou a cobrar. "Todos os meus amigos já são avós!".
Bem... que bom pra eles!
Sinceramente, eu fico pensando se junto com a cobrança, vem aquela mão amiga para dar uma ajuda quando precisarmos. Seja uma noite para irmos numa festa ou um almoço no domingo em família, ou simplesmente uma mão em trocar a fralda. Posso estar julgando mal e errado, mas acredito que no fim das contas, na hora que o cerco fechar, seremos apenas eu e o Marcel.
Não tenho filho, mas imagino a dificuldade que seja ter um. Escolinha custa uma fortuna (sei por causa dos amigos) e você precisa aprender a lidar com um novo mundo. Fora a vida que você deixa de ter pra dar o seu melhor a ele (a). Adeus vestidos, adeus viagens a qualquer hora, adeus barzinhos e muito mais. Sim, eu sei que soa egoísta, mas conheço muitas mulheres que pensam assim.
Vale tudo a pena? Imagino que vale, mas acho que se você pode se planejar, se preparar psicologicamente, financeiramente e tudo mais para receber uma criança da melhor maneira possível... bem, eu prefiro assim.
E os medos? Como educar? Como criar? Será que vou ser superprotetora, muito conservadora? Será que vou criar um ser humano legal pro mundo? Será que vou passar os valores certos? Será que vou traumatizar a criança? Será que vou saber se vai fazer frio ou não pra falar que tem que levar o casaco? E se eu perder o emprego ou se o Marcel perder? Será que vou alimentar ele (a) direito? Não pode refri, não pode doce, mas eu AMO doce e preciso dar o exemplo. Pode? Não, não pode.
Medo, medo, medo, vários tipos de medo.
Ouvi uma amiga dizer uma vez "você nunca vai estar pronta. Quando a vontade superar o medo, essa é a hora". Bem... ainda tenho medo, mas a vontade tá ali no páreo, quase empatando o jogo.


Enquanto isso vamos apenas imaginando. O texto continua numa outra oportunidade.

5 comentários:

  1. (vou comentar direto no seu blog pois sou Old School hahaha)

    tenho a impressão de que a gente cresce sendo obrigada a acreditar que a mulher PRECISA ter filho ou não é mulher. E as mulheres que optam por não ter (por várias razões) são amplamente julgadas. Mas no frigir dos ovos, acho que a escolha é nossa. E temos direito de mudar de ideia né? Eu tb não visei ter filhos nunca na vida, e não viso até hoje. Mas mudar de ideia pode ser muito legal. E tudo que leio sobre maternidade me diz que é uma jornada muito louca, mesmo, e que funciona de formas diferentes pras pessoas. Talvez só embarcando! Beijos Teteh <3

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Adoro comentários no blog. hahaha... Acho que a gente vai crescendo e vendo que pode ter opiniões diferentes das que são pregadas pela sociedade. E convivemos muito bem com isso. Chato é ter que lidar com as cobranças e nem sempre as pessoas são receptivas às opiniões contrárias. Tem sido legal mudar de ideia e confesso que a vontade de ser mãe está cada vez maior, mas ainda estamos apenas na ideia. Obrigada por comentar e compartilhar sua opinião! bjo =*

      Excluir
    2. Este comentário foi removido pelo autor.

      Excluir
  2. estou com 36 e mês que vem faço 37, infelizmente já tive vontade, mais estou bem como estou não quero ser mãe só da fiona minha gata e da minha luli minha cachorra, nada contra mais ser mãe é mais que instinto e vocação, tem mulheres que tem filho e se tornam seres horriveis, eu nunca me vi mãe e nunca quis, já tive até dúvida quanto a isso mais hoje sei que ser mãe não me fara mais ou menos feliz, sou feliz e pronto, e como casamento não espero ser feliz por causa de outrem seja apenas feliz, acho lindo a maternidade, mais não quero e sou uma pessoa boa e humana, e mais ainda feliz.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Acredito que acima de tudo deve haver respeito. É uma decisão da pessoa, do casal. E não duvido que você seja menos feliz ou completa por não gerar uma criança. Com toda certeza, não ser mãe não te faz menos humana ou uma pessoa má pela escolha. Muito pelo contrário, acho que quando você toma consciência disso e opta por não ser mãe, ou simplesmente porque não sente necessidade, você é uma pessoa até melhor porque não cede aos julgamentos da sociedade. Se respeita e é feliz por isso!

      Excluir