quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Sobre mim, sobre os 30, sobre ser você mesma

Há tempos venho ensaiando um post, mas no fim das contas não o faço. Já pensei em falar sobre pais (os nossos mesmo), sobre saúde, sobre trocentas coisas que não lembro agora. Começo o texto na minha cabeça antes de dormir, durmo e esqueço tudo o que pensei no dia seguinte.
E nesses últimos tempos tem um bocado de coisa acontecendo que mal consigo pensar no que escrever. Poderia falar sobre aprender a não criar expectativas (sofro com isso ad eternnum), sobre como devemos ser mais tolerantes e pacientes com nossos pais, sobre a nova dieta que tô seguindo e sobre mais um punhado de coisas que passa na minha cabeça. E desses vários assuntos, escolhi falar sobre aprender a ser você mesma.
Acho que nunca tive problemas em ser eu mesma, sabem. Nunca fui do tipo de fazer de tudo para agradar os outros.  Teve um tempo que eu era sincera demais com tudo e isso acabava magoando muita gente. Aprendi a falar apenas o necessário.
Já fui mais riso solto e aberta a todo tipo de pessoa. Hoje não faço a simpática com qualquer um, só se o santo bater mesmo. Mas isso não significa que eu seja mal-educada com as pessoas, apenas não fico chubolando ninguém.
Me faço presente pra quem acho que vale a pena, mas acho que deveria ser muito mais presente na vida de muita gente. O carinho tá ali, tá guardado e demonstro ele sempre que necessário.
Tento ser positiva a maior parte do tempo. Afinal de contas, coisa boa atrai coisa boa. Se você só resmunga e pensa negativo... bem, é óbvio que o poço vai ficando maior e mais difícil de sair dele.
Quando falam que com os 30 vem a maturidade e a tranquilidade de ser você mesma, vejo que não tem coisa melhor que isso. A gente aprende a lidar com tudo. Com gente babaca, com decepções da vida, com altos e baixos. E, finalmente, aprende a valorizar aquilo que nos faz bem. Um fim de semana à toa em casa, uma conversa jogada fora com amigos de anos, um churrasco descompromissado e sem a necessidade da bebedeira.


Você começa a pensar no futuro com mais seriedade, mas também sem muitas cobranças. Aprende a gostar de você como você é e a fazer só aquilo que gosta e acha importante. Estudar é um prazer, fazer exercício físico é menos pesaroso e mais prazeroso, comer bem é essencial pro corpo ficar bem (mas uma jacada de vez em quando – ou sempre – é muito bem-vinda).
Tudo o que pesa (pessoas, trabalho, opiniões) fica pra trás. Você absorve só o que te acrescenta e faz bem.
Ainda sou chorona, ainda quero salvar todos os animais do mundo, ainda guardo mágoas (sei que não é bom, mas guardo), ainda crio MUITA expectativa e me decepciono um bocado, mas quem disse que os 30 são o fim de todos os problemas? Na realidade acho que idade nenhuma será. A gente aprende muita coisa, mas ainda há muito o que aprender. O que muda é que o aprendizado passa a ser mais fácil, mais leve.
Os 20 foram lindos, sem dúvidas. Muita coisa boa vai ficar guardada e lembrada pra sempre com muito carinho. Para o 30 quero mais. Quero gargalhadas, doces, exercícios, aprendizado, amigos, viagens e trabalho. Quero gatíneos, quero filho (é eu quero!), que casa nova e sonhos realizados. Também quero cair e levantar.


 Quero viver mais o que vale a pena. Quero apenas o que importa.