Há tempos venho ensaiando um post, mas no fim das
contas não o faço. Já pensei em falar sobre pais (os nossos mesmo), sobre
saúde, sobre trocentas coisas que não lembro agora. Começo o texto na minha
cabeça antes de dormir, durmo e esqueço tudo o que pensei no dia seguinte.
E nesses últimos tempos tem um bocado de coisa
acontecendo que mal consigo pensar no que escrever. Poderia falar sobre aprender a não criar expectativas
(sofro com isso ad eternnum), sobre como devemos ser mais tolerantes e pacientes
com nossos pais, sobre a nova dieta que tô seguindo e sobre mais um punhado de
coisas que passa na minha cabeça. E desses vários assuntos, escolhi falar sobre
aprender a ser você mesma.
Acho que nunca tive problemas em ser eu mesma, sabem.
Nunca fui do tipo de fazer de tudo para agradar os outros. Teve um tempo que eu era sincera demais com
tudo e isso acabava magoando muita gente. Aprendi a falar apenas o necessário.
Já fui mais riso solto e aberta a todo tipo de
pessoa. Hoje não faço a simpática com qualquer um, só se o santo bater mesmo. Mas
isso não significa que eu seja mal-educada com as pessoas, apenas não fico
chubolando ninguém.
Me faço presente pra quem acho que vale a pena, mas
acho que deveria ser muito mais presente na vida de muita gente. O carinho tá
ali, tá guardado e demonstro ele sempre que necessário.
Tento ser positiva a maior parte do tempo. Afinal de
contas, coisa boa atrai coisa boa. Se você só resmunga e pensa negativo... bem,
é óbvio que o poço vai ficando maior e mais difícil de sair dele.
Quando falam que com os 30 vem a maturidade e a tranquilidade
de ser você mesma, vejo que não tem coisa melhor que isso. A gente aprende a
lidar com tudo. Com gente babaca, com decepções da vida, com altos e baixos. E,
finalmente, aprende a valorizar aquilo que nos faz bem. Um fim de semana à toa
em casa, uma conversa jogada fora com amigos de anos, um churrasco
descompromissado e sem a necessidade da bebedeira.
Você começa a pensar no futuro com mais seriedade,
mas também sem muitas cobranças. Aprende a gostar de você como você é e a fazer
só aquilo que gosta e acha importante. Estudar é um prazer, fazer exercício
físico é menos pesaroso e mais prazeroso, comer bem é essencial pro corpo ficar
bem (mas uma jacada de vez em quando – ou sempre – é muito bem-vinda).
Tudo o que pesa (pessoas, trabalho, opiniões) fica pra trás. Você absorve só o que te acrescenta e faz bem.
Ainda sou chorona, ainda quero salvar todos os
animais do mundo, ainda guardo mágoas (sei que não é bom, mas guardo), ainda
crio MUITA expectativa e me decepciono um bocado, mas quem disse que os 30 são
o fim de todos os problemas? Na realidade acho que idade nenhuma será. A gente aprende muita coisa, mas ainda há muito o
que aprender. O que muda é que o aprendizado passa a ser mais fácil, mais leve.
Os 20 foram lindos, sem dúvidas. Muita coisa boa vai
ficar guardada e lembrada pra sempre com muito carinho. Para o 30 quero mais. Quero
gargalhadas, doces, exercícios, aprendizado, amigos, viagens e trabalho. Quero gatíneos,
quero filho (é eu quero!), que casa nova e sonhos realizados. Também quero cair
e levantar.
Quero viver mais o que vale a pena. Quero apenas o que importa.
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